Peças em Imagens: Mulheres na Lajinha (2006)

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«Mulheres na Lajinha»: Crítica

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O espectáculo Mulheres na Lajinha do Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo (GTCCPM) a partir do livro «Mar da Lajinha» de Germano de Almeida, agradou mas não surpreendeu. Na memória do público ainda estava o surpreendente «Auto da Compadecida» do ano anterior, e como o espectador exige sempre mais, a produção deste ano ficou um pouco aquém das espectativas. Mas se a espectativa malogrou, a sua efemeridade foi ganha, pois o público se divertiu, passou um serão agradável.

Quatro mulheres encontram-se na praia da Lajinha e aí desenrolam um novelo de conversas passando por saudades, sexo, adulterio, sofrimento, etc., temas banais, que tanto podiam ser na lajinha como noutra parte do mundo.

O espectáculo foi eficaz ao nível de leveza e divertimento, levando á certa identificação do espectador com aquelas mulheres. Mas foi no entanto, composto de risos fáceis, caindo muitas vezes em clichets esgotados e denotando até alguma fragilidade tanto a nível de encenação como de texto dramático. Mas não era de todo uma dramaturgia complexa, mas sim um deambular de pensamentos e riolas que facilmente encontraremos nos espaços do feminino.

Ludmilla, Zenaida, Bety e Sílvia, mais uma vez corresponderam ao esperado com uma energia cantagiante e digna de muitos aplausos. E se dramaturgicamente a peça não seria tão interessante, ao nível da interpretação foi bastante exigente e consequente. Com a sua marcante expressividade e entrega, estas mulheres, seiva do espectáculo, conquistaram-nos e levaram-nos com elas nas suas aventuras.

Ao nível da cenografia, sem grande complexidade, os elementos apresentados estavam perfeitamente resolvidos, sem no entanto nos seduzir. A luz acompanhou o bom ritmo da acção e claramente se encontra bem resolvida todas as questões cénicas, e em momentos pontuais deparamo-nos com francas belezas imagéticas.A certo momento sente-se que nada de novo nos traz este espectáculo, sem que no entanto isso o prejudique. A plateia gostou de leveza e de poder rir com estas mulheres durante esse tempo ritualista do teatro. João Branco, com um considerável manancial de encenações, cria de certo modo um horizonte de espectativa, o que é bastante interessante, mas devido a isto mesmo, sentiu-se este espectáculo mais como um “entre-acto” do que propriamente uma produçao “de peso”.

Não surpreendeu, mas convenceu.

Micaela Barbosa

Contagem decrescente: até já

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Parece publicidade, mas não é.

O Festival Mindelact está aí à porta. E o tempo não é muito. Também por isso o nosso blog deixará de ser actualizado diariamente, mas quando fôr possível...




Não percam a nossa grande festa do teatro! Serão onze dias com muitos espectáculos.

Ah, e «Mulheres na Lajinha», dia 11 de Setembro.

Até já!

Intervalo: Imagem do dia

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Cartaz do festival mindelact 2002
Pintura de Tchalé Figueira

Intervalo: Imagem do dia

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Contagem decrescente: Mulheres na Lajinha

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Mulheres na Lajinha

Adelina

«Venho à Laginha porque o médico mandou. Imaginem! Sempre vivi aqui e nunca un t’má fé que Laginha era assim tão sabe. Esse mar. Algum cosa serviu-me ter ido ao médico naquel dia. Un kordá para o que temos de melhor nas nossas ilhas!»


Estreia dia 11 de Setembro

Intervalo: Imagem do dia

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Agora que nos vamos aproximando do festival Mindelact, vamos recordando alguns dos seus cartazes.
Este é referente ao ano de 2004.

Contagem decrescente: Mindelact 2006

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A abertura do festival Mindelact 2006 será feita com a peça «Un Vez Soncente era Sabe», do grupo Sarron.com Teatro & Companhia.

No vasto elenco e equipa técnica o nosso grupo está muito bem representado, senão vejamos:

Actores:
1. Arlindo Rocha
2. Jorge Spencer
3. Anilda Rafael
4. Luis Miguel Morais

Desenho de Luz:
Anselmo Fortes

Vamos ter, certamente, uma grande abertura no festival Mindelact 2006!

Na foto, Arlindo Rocha, um dos participantes do GTCCPM na peça de abertura do mindelact 2006.

Contagem decrescente: Mulheres na Lajinha

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Mulheres na Lajinha

«Na Lajinha, cada momento do dia dá-nos apenas uma fracção da cidade, pedaços da sua alma apanhados em fragmentos de conversas, em rostos mais ou menos familiares, em episódios que testemunhamos sem nunca virmos a saber exactamente como terminam, ou como começaram.

Somos surpreendidos por conversas despreocupadas e alegres porque este povo ganhou alma de cigarra e aprendeu a sobreviver à incerteza do futuro, gastando a vida sem pensar no dia de amanhã.

Numa manhã bem cedo, quatro mulheres tomam banho, fazem ginástica e falam da vida e dos homens naquele tom de voz alto e desbragado de quem soube tirar o melhor proveito de um destino difícil e não deve nada a ninguém.»

Ana Cordeiro

Estreia dia 11 de Setembro

Teatrocionário: Canto

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CANTO


«Do teatro grego, termo para designar o texto poético de coro. No teatro de Brecht aplicava-se também o canto embora com intenção parcialmente diferente.»

do Lat. cantu
substantivo masculino


série de sons musicais cadenciados, formados pela voz;
acção de cantar;
divisão de certos poemas, principalmente dos épicos;
poesia que se pode cantar;
hino.

- do cisne: a última criação de um artista;
- da sereia: linguagem agradável e lisonjeira, para atrair;
olhar com o - do olho: olhar de soslaio.



@ Fotografia: «Cloun Creolus Dei» (foto: Cristina Esposito)



Contagem decrescente: Mindelact 2006

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Contagem decrescente: Mulheres na Lajinha

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Mulheres na Lajinha

«A Lajinha é como a Praça Nova, um local por onde passa toda a cidade do Mindelo, mas onde muitos dos seus habitantes nunca se encontram ou sequer se cruzam. Os últimos noctívagos cedem lugar aos adeptos dos banhos matinais da mesma maneira que as brincadeiras das crianças de tenra idade se não misturam com os jogos eróticos dos adolescentes.

Nestes espaços, em que as rotinas se cruzam, acabam por se criar relações que, não ultrapassando esse delimitado território, se prestam a desabafos e inconfidências. Relações que se fazem e desfazem com a rapidez de quem vive à mercê da chegada dos navios e do imprevisível curso da história.»

Ana Cordeiro

Estreia dia 11 de Setembro

Teatrocionário: Catharsis

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CATHARSIS


«Efeito de purgação das paixões produzido sobre os espectadores numa representação dramática não distanciada.»


do Gr. kátharsis
substantivo feminino


purificação, evacuação, purgação.


@ Fotografia: «O Doido e a Morte» (foto: João Barbosa)


Contagem decrescente: Mulheres na Lajinha

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Eis o cartaz do espectáculo que, com toda a certeza, vai dar que falar no próximo dia 11 de Setembro.

Teatrocionário: Catástrofe

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CATÁSTROFE

«Da tragédia grega, última das quatro partes da obra, onde o herói recebe a sua punição, geralmente funesta.»


do Lat. catastrophe <>substantivo feminino


desfecho de uma tragédia;
grande desgraça;
calamidade;
fim lastimoso.


Tradução
Italiano: catastrofe

Espanhol: catástrofe
Inglês: catastrophe
Francês: catastrophe
Alemão: katastrophe
Grego: καταστροφή
Russo: катастрофа
Japonês: 大災害


@ Fotografia: «Auto da Compadecida» (foto: João Barbosa)

Actualidade: Mindelact 2006

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A programação já foi divulgada.

Veja no site www.mindelact.com o que nos espera a edição deste ano da maior feste de artes cénicas de Cabo Verde e da África Ocidental.

Contagem decrescente: Mulheres na Lajinha

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«Mulheres na Lajinha»


Ficha Artística

Adaptação da obra de Germano Almeida
«No mar da Lajinha»

Adaptação Dramatúrgica
Colectivo

Encenação,Cenografia e Direcção Artística
João Branco

Figurinos e Adereços
Colectivo

Desenho de Luz
César Fortes

Interpretação
Elisabete Gonçalves
Ludmila Évora
Sílvia Lima
Zenaida Alfama

Estreia no dia 11 de Setembro, inserido na programação principal do Festival Mindelact 2006

Pintura da autoria de Manuel Figueira

Intervalo: Imagem do dia

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Companhia Dôs à Deux
«Saudade em Terras d'Água»
João Barbosa

Contagem decrescente: Mulheres na Lajinha

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Mulheres na Lajinha

Maria

«É por isso que tenho horror à ideia de engravidar. Mesmo agora, despôs da menopausa continuo a fazer irrigações vaginais, com água de vinagre após cada relação. Ando sempre preparada com todo o meu material. Nunca nenhum homem panhâm desprevenida. Seja na casa, na praia, no compe, un ta sempre preparôd!»


Estreia dia 11 de Setembro

Teatrocionário: Carácter

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CARÁCTER


«Traço próprio a uma pessoa que a permite distinguir dos outros. Conjunto de traços físicos, psicológicos e morais de um personagem. Pessoa ou personagem considerada na sua individualidade, originalidade, nas suas qualidades morais. Os caracteres constituem, segundo Ariosto, um dos seis elementos da tragédia, com o canto, elocução(estilo do discurso), a fábula, o pensamento e o espectáculo.»

Substantivo fem.
cunho especial que distingue as coisas entre si;
marca;
impressão;
índole;
resolução;
firmeza;
propriedade;
expressão ajustada;
natureza;
sentimentos;
feitio moral;
especialidade;
sinal de abreviatura;
tipo de imprensa
.

Tradução
Italiano: carattere
Espanhol: carácter
Inglês: character
Francês: caractère
Alemão: buchstabe
Grego: θυρωρείο
Russo: характер
Japonês: 特性


@ Fotografia: «Mar Alto» (foto: João Barbosa)




Contagem decrescente: Mulheres na Lajinha

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Mulheres na Lajinha

Sulena

«Prope! Os homens são todos uns patifes! Quando fiquei sem homem foi a Laginha que me salvou de correr atrás de um filho da mãe qualquer e abrir-lhe as pernas de par em par… A gente vem aqui e consome todas as energias, chega-se em casa sem vontade para mais nada. Claro, não é bem a mesma coisa, mas enquanto não se arranja melhor…»


Estreia em Setembro

Contagem decrescente: Mulheres na Lajinha

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Mulheres na Lajinha

Pantcha

«Analfabeta é bô! Tu tens é inveja. Um dia fiquei tão chateada com aquele chove no molhado, que perdi a cabeça, e gritei ao ouvido do velho ao mesmo tempo k’un dal um boa pegada na polpa: "metê, porra, metê que força e seja o que Deus quiser!"


Estreia em Setembro

Teatrocionário: Camarim

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CAMARIM


«Sala que serve de vestiário e onde se preparam e maquilham os actores para irem para cena. Poderá ser improvisado um camarim em bastidores para mudanças rápidas que é chamado camarim de palco.»

Substantivo fem.
s. m.,
câmara pequena que se destina aos actores, nos teatros
.

Tradução
Italiano: cabina
Espanhol: cabina
Inglês: dressing-room
Francês: loge
Alemão: hütte
Grego: θυρωρείο


@ Fotografia: Camarins antes de «Cloun Creolus Dei» (foto: Fonseca Soares)


Reflexões Teatrais

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«Não sou um autor de farças, mas um autor de tragédias. E a vida não é uma farça, é uma tragédia. O aspecto trágico da vida esta precisamente nessa lei a que o homem é forçado a obdecer, a lei que o obriga a ser um. Cada qual pode ser um, nenhum, cem mil, mas a escolha é o imperativo necessário.»

Luigi Pirandello
(1867-1936)

Teatrocionário: Caixa de ponto

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CAIXA DE PONTO


«Espécie de caixa ou cúpula, no centro do chão do proscénio onde o ponto exerce a sua função. Também tem o nome de cúpula do ponto. Nos palcos onde a caixa do ponto não existe, o ponto trabalha entre bastidores.»

@ Fotografia: «Conde de Abranhos» (Foto João Branco)


Contagem decrescente: Mulheres na Lajinha

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Mulheres na Lajinha

Pantcha

«O meu nome é Pantcha e pa quem quiser saber eu sou mulher de vida. Sempre fui boa na cama e un ka ta disposto a entregá nha ramo a ês menininha d’agora que vão aparecendo na vida por toda a cidade, como se Mindelo tivesse voltado a ser a fábrica de putas que foi na tempo d’inglês kond nôs porto vivia entupido de vapores e kês rua de Lombo cheias de marinheiros famintos de amudjer, pa descarregar as angústias do mar.»


Estreia em Setembro

Intervalo: Imagem do dia

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E o vencedor é...
Suzi's 2006!

Boca de Lobo distinguido

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Mais uma distinção para o nosso blogue.
Desta vez pelo site supersites da web.

Boca de Lobo não pára!

Contagem decrescente

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Reflexões Teatrais

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«A arte vinga a vida. Na criação artística o homem se torna-se Deus»

Luigi Pirandello
(1867-1936)

Uma pequena passagem de "Seis Personagens à Procura de um Autor", sintetiza a visão do grande dramaturgo italiano sobre a atitude artística.

Intervalo: 3000 visitas

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3.000

Obrigado!

Venham sempre... comentem mais!
Entretanto vejam as estatísticas de quem e quando...

Contagem decrescente

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Teatrocionário: Caixa de palco

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CAIXA DE PALCO


«Parte do teatro, para trás da boca de cena, compreendendo a teia, o urdimento, as varandas, o palco e o sub-palco.»

@ Fotografia: «Dois Irmãos» (Foto João Branco)


Reflexões Teatrais

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«Um grande actor não é nem um piano-forte, nem uma harpa, nem um cravo, nem um violino, nem um violoncelo, não existe um acorde que lhe seja próprio; mas ele toma o acorde e o tom que mais convêm à sua parte. E sabe executar todas. Tenho em grande conta o talento de um grande actor: esse homem é raro, tão raro e talvez maior que o poeta.»

Denis Diderot
«Paradoxo do actor»