Máscaras na Praia - Reacções

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A apresentação da nossa produção «Máscaras» na cidade da Praia, em conjunto com a companhia Raiz di Polon, foi muito positiva, apesar das grandes dificuldades técnicas inerentes ao péssimo material existente no auditório (dito) nacional. Mas nós todos sentimos que o desafio foi vencido e o público conquistado. Os ecos da nossa actuação não se fizeram esperar.

Eis algumas das primeiras reacções, via comunidade de blogueiros berdianos:

Crónicas Sujas, de Abraão Vicente

Depois de ter visto a estreia no Mindelo, ontem na Praia a peça “Máscaras”, pareceu-me mais madura, mais coerente e confirmou os seus pontos fortes: o texto, a banda sonora e o desempenho do Arlequim (João Branco). Um peça rica, sem economia e recursos (ou de Cultura). Gosto da ideia de uma colaboração entre o Grupo do Mindelo e os Raiz di Polón, mas não acredito que essa seja a peça ideal para que tal aconteça. Mais teatro na capital Precisa-se.


Sei que Quero Saber, de Margarida Fontes

Máscaras que impressionam! Fui, Vi ... amei. O texto é envolvente, apaixonante e actual. A partir do poema "Máscaras", de Menotti del Pichia, poeta, escritor e pintor modernista brasileiro, uma história sobre três personagens que fazem um hino ao amor. Nostálgico, entusiasmante e com apontamentos estratégicos de humor. Três figuras centrais... Arlequim, Pierrot e Columbina. Em cada um deles há um pouco de cada um de nós. (...)Parabéns ao João Branco e ao elenco pela audácia teatral, capacidade surpreendente em palco, naturalidade artística e principalmente por nos dar a conhecer este "espectáculo da palavra". Como ele próprio disse é impossível dizer-se que na Praia não se vai ao teatro... A sala estava quase cheia! Venham mais destes!


Crónicas de mim para mim, de Margarida

Parabéns pela escolha do texto: Brilhante! Uma excelente interpretação do poema "Máscaras" pelo Grupo de Teatro do Centro Cultural Português e Companhia Raiz di Polón. Uma noite feliz no Auditório Jorge Barbosa. Parabéns ao Arlequin atrevido. Um Arlequin de paixões e beijos intensos; teatral como se quer. Às vezes com uns laivos de "criolização" muito pertinentes! Valeu o doce e terno Pierrot, em equilibrio com esse Arlequin exuberante. Valeu pelo amor e pela paixão representados em palco através de duas fantásticas personagens que realmente levantaram o véu sobre dois grandes actores. Muito bonito, o movimento de cena dado pelas "duas máscaras" bailarinas e a beleza da Colombina do alto do seu pedestal. Venham mais vezes à Praia e ousem sempre! Parabéns e como diz o João, afinal há público para o teatro na capital!


Tempos de Lobos, de Mário Almeida

Fui espreitar, ontem, a peça de teatro «Máscaras» do João Branco [com Mano Preto escondido por trás de uma máscara]. Gostei da peça, do primeiro ao ultimo acto, que não foi no palco mas na plateia, com a improvisada (?) provocação aos presentes. Essa espécie de desenredo, que desperta pela sua imprevisibilidade, quase que responsabiliza as pessoas por aquilo que andaram a ver, confrontando a arte com as suas vidas. O melhor exemplo disso, no cinema, talvez esteja presente n' «O Sabor da Cereja» de Abbas Kiarostami: depois de passear, pelo enredo, a figura trágica do protagonista até ao suicidio, o cineasta nos deixa ver os bastidores das imagens das filmagens, questionando por dentro a própria obra, sem ligar aos «anseios» ficionistas do público. O efeito é estranho e obriga todos, igualmente, a questionar. Estranho, tambem, é o modo como soa a mediação de um fragmento textual, tirado a papel químico, das composições de Orlando Pantera no decorrer de uma cena teatral desse estilo. Fantástico! Ontem só faltou mesmo aquele beijo real (de que tanto se poetizou) a um felizardo qualquer que estivesse nessa halloween de alta definição.


Notal final: contamos brevemente poder colocar algumas fotografias do espectáculo.


Imagem: Abraão Vicente sobre impressão de da Vinci


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