"Mar Alto" na Praia: o que foi dito

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Confirmada que foi a nossa participação no FITEI de 2006, vamos recordar o que foi dito sobre a peça "Mar Alto", após a sua apresentação na Praia, no Auditório Nacional. Esta foi recebida com bastante entusiasmo por quem teve oportunidade de assistir. O jornalista de um dos semanários da nossa praça não hesita em nomear esta peça como "a melhor produção cénica do ano".

O escritor e poeta Filinto Elísio dedica parte da sua crónica semanal no jornal Horizonte, ao comentário da peça Mar Alto, cujo teor publicamos aqui, com a devida autorização e agradecimento ao autor:

"Nos últimos dias assisti no Auditório Nacional Jorge Barbosa a peça teatral Mar Alto, interpretada pelo Grupo de Teatro do Centro Cultural Português do Mindelo. Não farei aqui uma recensão crítica da peça, até porque me faltaria engenho e arte. Apenas direi que gostei muito, muitíssimo. Quer da dramaturgia em si, quer da encenação. E já agora, curvo-me humildemente diante a interpretação dos três actores que, numa jangada estilizada e numa deriva faz de conta, deram dimensão dramática aos textos de Eugénio Tavares. E direi que os textos de Eugénio Tavares, enquanto crítica social e política, continuam actuais e oportunos. Aliás, a genialidade destes textos reside na sua explicita irreverência. E na sua implícita sapiência na relativização dos valores, ditos absolutos, como a Democracia, a Governação e a Civilização.

A peça teatral Mar Alto nos permite ver e matutar sobre tudo isso, adaptando a essência ao espírito da época, o que não têm sido apanágio de alguma proposta artística nestas paragens., geralmente acríticas e comportadas. A Arte é um grande exercício da liberdade (ou das liberdades, para ser menos inexacto e Mar Alto disse-o bem..."

O jornalista António Monteiro, por sua vez, destaca a interpretação do trio Manuel Estevão, Fonseca Soares e Paulo Santos e considerou-os, não sem uma ponta de exagero, "provavelmente três maiores actores dramáticos da actualidade".

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