A Caderneta: sobre a encenação

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SOBRE A ENCENAÇÃO

Obriga a justiça mais elementar que se diga que este projecto teatral é, antes de mais, uma aposta pessoal de uma actriz. Versátil, talentosa e com larga experiência no meio teatral, Mirita Verssimo tem com este texto de Baltasar Lopes um relacionamento antigo e apaixonado. Daí que esta segunda montagem a que se propõem – a primeira acontecera em 2000, no âmbito do Festival Mindelact – funciona como uma espécie de re-visitação, guiada por uma direcção cénica que modifica em alguns pontos a apresentação original. É o caso da música, nesta versão com uma presença muito forte, graças à direcção musical e execução do jovem Nuno Tavares no violão e ao relacionamento da actriz com o público, agora talvez mais directo e emocionado. Nesta versão, o «senhor doutor» para quem a protagonista fala, somos todos nós, como se através deste ouvinte que nunca aparece, ela pudesse, finalmente, falar para o mundo.

João Branco

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